terça-feira, 16 de maio de 2017

DOURO



 foto AC
DOURO

O rio correndo
sempre no mesmo leito,
águas revoltas sem parar,
a caminho da foz,
entrando no mar.
As margens comprimem-no
até ao Inverno
que o faz galgar muros e pontões
Invade a velhinha Miragaia
antigo poiso
de bêbados e pescadores.
Na infinitude da água
perco-me no meu finito,
quero chegar a qualquer lugar,
o tempo é pouco,
é preciso fazer a coisa certa.
Cismando,
agarrada às margens,
à cidade telúrica
de burgueses e poetas.
antes de partir num navio
em redor do mundo

para me conquistar de novo.

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