sexta-feira, 7 de outubro de 2016

NORDESTE TRANSMONTANO

Collado

NORDESTE TRANSMONTANO  

Sobrevive-se
nesta aldeia agreste
a norte de Portugal.
Por instinto,
por teimosia,
recomeça-se a vida
cada dia.
O solo é duro, seco,
trata-se a vinha,
limpa-se a amendoeira.
O governo em Lisboa
assobia para o lado,
não há investimento
nem rasgo
para fazer deste interior
um lugar sagrado.
Os cães ladram muito
são solidários,
na partilha da comida.
Escorraçam-se os atrevidos
querendo de graça
o pão suado.
Respira-se ar puro,
o futuro é incerto,
quem cá fica
está entre a burrice
e a vontade irrefreável
de fazer da serra
o paraíso.

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