terça-feira, 10 de setembro de 2019

RODANDO


Collado
RODANDO  

O passado lá atrás
pendurado no alpendre
em bengaleiro enferrujado.
Os passos perdem-se
a procurá-lo,
as lembranças entrelaçam-se
em fios embaraçados.
A teima de factos é só teima,
a colecção de espanta-espíritos
alinhados,
fazendo barulhos contra o vento.
Os dias capazes deslizaram
num caderno quadriculado
longe dos guardiões do templo
sem ser em ombros levados.
As profecias não se concretizaram,
os filmes do Chaplin passavam
no ecrã gasto
do salão paroquial.
Adultos e crianças riam-se,
os galãs, filhos da vizinha,
muito perfumados,
apressavam-se a caminho do ginásio.
A filosofia presente
penso logo existo.

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