terça-feira, 24 de setembro de 2019

PORTO


Mário Couto

Palavras de granito rosa
ditas em tom berrado,
os carros em velocidade
percorrendo a cidade com gente,
os moços imberbes
lançando piropos às moças
tontas como eles, é da idade.
O calceteiro de cócoras
conserta uma rua principal,
é o Tino de Rãs
e ninguém dá por nada.
As casas de estrutura igual
com varandas de ferro forjado,
clarabóias coloridas,
jóias lindas no Porto
que eu amo.
Algumas solidões
encolhidas nas mesas
dos cafés históricos,
hoje só para turistas.
O livro escancarado,
penso porque leio,
sou  uma pensadora
sem salário.

Sem comentários:

Enviar um comentário