terça-feira, 15 de dezembro de 2015

TRIPEIROS



José Gonzalez Collado
TRIPEIROS

À noite perdemo-nos, tu e eu,
nas ruas da cidade silenciosa
sem ruídos é melhor observada.
Cada canto é um encanto,
azulejos, varandins de ferro forjado,
tectos ilustrados,
escadarias de pau Brasil,
janelas recortadas,
linguarejar dos nativos,
vogais fechadas,
vozes gritadas,
profissões humildes,
mas sempre, sempre
a carregar a cidade.
Mesmo quando a cidade
era velha, decadente,
ficaram,
gerindo os tascos,
pensões manhosas,
eram vendedores ambulantes,
esperando

que ela ressuscitasse.

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