quinta-feira, 9 de junho de 2016

ELISA

Collado

ELISA

Deixa no ar um cheiro estival,
requebros sensuais no balançar
um sorriso leve, branco,
Nascida no mesmo ventre
das manas Francisca e Ana,
só ela é capaz
de iniciar no silêncio total
a conversa que interessa
a toda a gente.
Não tem tempo para errar,
os seus dias são um carrossel
atados com fio de cordel
a uma vida dividida
entre o dever e o prazer.
Retorcida não se verga,
não ajoelha, não se confessa,
não divide a alma
em amores rasteiros.
O Pedro, ah o Pedro,
com falinhas mansas
e muitos jogos de dança,
fê-la desejar
que o tempo parasse.
Foi fugaz o lampejo,
resistiu sem alarde,
o desfecho só o soube
o papel do seu diário.
Um risco de dor, persistente
cinzelado por duas mãos

no seu frágil coração.

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