quarta-feira, 29 de junho de 2016

CARAVELA

COLLADO

CARAVELA  

Na caravela da vida
embarquei meu coração,
fui à procura de pão,
encontrei só o degredo.
No Continente do fogo
espremi o meu suor,
o corpo, alma,
deixei de ter esperança,
regressei onde parti.
Esqueci Vasco da Gama,
os ventos alísios, o suão,
sentei-me na orla do mar
a pensar na minha sorte.!
Fui empurrando o barco
carregado de riquezas,
eu de mala vazia
nem pérolas nem reais .
Apanhado de surpresa
entre o silêncio e o medo
refiz-me de manhã cedo
com bacon, biscoitos,
café negro da Guiné.
Deixei a Índia e Benim
o calor e os mosquitos,
a viagem não tinha fim,
parti nos finais do Verão
e cheguei no Carnaval.
Estava mais morto que vivo,
entre o Entrudo e um cozido
venceu sem dúvida o mais forte
para o aconchego do estômago.,
Enfim na terra mãe,
pobrete mas alegrete

descanso afinal de todas as aflições.

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