sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

POESIA


José Gonzalez Collado
POESIA

A poesia
buscou-me a mim
ou procurei-a eu?
Não sei de onde veio
esta vontade meticulosa
de agarrar na caneta,
escrever frases curtas
com alguma sonoridade!
Eram vozes estranhas
acordando-me,
pedindo-me,
cria poesia!
Sempre que um farol
esquecido
brilhava na neblina,
alumiando a praia,
eu escrevia!
Sempre que alguém
solitário,
contava as estrelas
de um céu confuso,
eu escrevia!
Sempre que um amor
se perdia
num erro de partilha,
eu escrevia!
Sempre que a alma
sangrava,
não podendo
ter asas,
eu escrevia!
Escrevi o primeiro poema,
o segundo,
depois era a caneta
que já escrevia sozinha!
Desenhava fogo, lama,
o som do vento agreste,
crepitação da madeira
aquecendo
uma sala fria!

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