sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

COR DE AMORA

José González Collado
COR DE AMORA

O que eu sofri
por aquele vestido
cor de amora!
Vi o tecido
na montra
 da única loja da aldeia,
cobicei-o,
namorei-o,
roguei à minha mãe
que mo oferecesse!
Chorei
perante a iminência
de o não ter!
Em redor de mim
a explosão
da negação,
acendia!
Mãe eu queria tanto
um vestido cor de amora,
uns sapatos malva a condizer!
No baile anual
da colectividade musical,
serei um arraso
voltando
o vestido cor de amora!
Perante um não rotundo
da mãe enervada,
a avó tirou o varaço
do  seu saco gasto!
Um punhado de moedas
saltou
para a minha mão,
comprou um sonho
maior que o Natal!

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