quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A POMBA

Jorge Feio

A POMBA 

A pomba caída no chão
baloiçando com o trepidar
dos carros,
as asas penduradas
num corpo que não é nada.
O sopro apagou-se
os pássaros não têm alma,
não vão para o céu,
morrem e acabou-se.
Não há obrigação
de lhes assistir com missas,
de os enfeitar com flores,
dão-se à natureza
e assim ficam.

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