quinta-feira, 17 de maio de 2018

TEMPOS IDOS


Collado
TEMPOS IDOS

1969,
entrada triunfal na Universidade,
o edificio vetusto
entre o velho hospital
e as cavalariças da guarda a cavalo.
O pé alto do edifício
mais alto que todos os sonhos.
Um medo esquisito
percorria a galope o meio da espinha.
As madeiras gastas,
os bancos infindos do anfiteatro,
a voz imposta
dos professores catedráticos.
A biblioteca pejada de livros,
os alunos transportando nas mãos
as vitórias futuras a ganhar.
Tomava-se uma bica no café Piolho,
estudava-se no café Estrela
em troca de um iogurte azedo
e o olhar cúmplice dos garçons
que por tão pouco
nos permitiam uma tarde de trabalho.
Contado tostão por tostão
de vez em quando uma sessão de cinema
no teatro S. João.
A vida fruia em gargalhadas sonoras
éramos jovens e felizes.

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