terça-feira, 12 de dezembro de 2017

MAR


José González Collado
MAR

O mar continua longe
hoje sereno com pequenas ondas.
É visceral,
metê-lo dentro de frascos,
bebê-lo nas noites mais prementes.
Uma linha de barcos no horizonte,
minimal,
a tela do pintor de rua
enche-se de traços
e eterniza o balanço da água.
As dunas desgastam-se
forçadas pelo vento,
os chorões abraçam-nas
fixando a muralha protectora
ao avanço das águas.
Um casal destemido
toma banho nu
no Novembro frio.
A chuva sem se anunciar
cai de supetão
molha ainda mais
corpos  humedecidos.
O fim do dia trouxe um arco-íris,
as nuvens negras
cobrem as pessoas,
o mar,
a vontade de integrar
os mistérios milenares
do oceano eterno.

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