quarta-feira, 23 de agosto de 2017

INSÓNIA


Sílvia Marieta
INSÓNIA  

Caídas as portadas
das janelas da noite,
sossegados os ventos do leste,
assanhados,
nascem as insónias,
o sono é uma falácia.
Sonhos acordados
ajudam o tempo a passar.
Nada-se em mares
encapelados,
os lábios roxos
vão de encontro a peixes desnorteados,
percursos sombrios
ajustam-se à realidade.
Agarrada à ré do barco
inicio a viagem,
as mãos feridas largam-se,
a neblina cega,
o sal enrola-se na língua.
Fico no molhe
sem louvar a partida,
Ah mente fugidia,
arranhando o corpo,

olhando o horizonte distante.

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