quinta-feira, 27 de abril de 2017

GASTO



 Adi Steurbaut
GASTO

O couro do sofá azul
foi-se gastando,
o branco das cortinas
amarelecendo.
Empoeirou-se a louça
nos armários,
esbetonaram-se as sancas,
tudo vai envelhecendo.
O corpo é menos ágil,
as rugas acentuadas,
o cabelo mais grisalho.
Gastámos os dias,
o amanhã tem que ser hoje,
o  futuro um sonho.
Tenho saudades dos que foram,
fazem falta,
antes estorvavam.
Ai vida, contradições,

agora quero, logo não.

Sem comentários:

Enviar um comentário