terça-feira, 8 de julho de 2014

SOLIDÁRIA



Collado
SOLIDÁRIA

Ah Judite,
como se diz a alguém:
está morto!
Como se fala da morte
sem perder a compostura,
quem nos põe um rosário
na mão
e  diz que o nosso amor
partiu para sempre!
Como é possível
roubarem-nos alguém
na placidez do dia
que continua a fruir!
A morte não pede licença,
abraça,
não deixando
tomar o café,
degustar as torradas,
picar o ponto
no emprego desejado!
Morrer, assim
na flor da idade,
mais vale ser de repente,
tornando o momento
menos indecente!

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