terça-feira, 23 de junho de 2020

POEMA


JORGE AGRA

POEMA

Quem sabe se
esse teu rosto rosado,
os dedos magros e compridos
serão maçãs descascando-se
para a tarte do lanche ao fim da tarde.
A ânsia de ir é enorme
para um lugar qualquer
longe daqui e de todos
os anisados, nem carne , nem peixe,
um atraso.
Os dentes mastigam devagar
a fatia de tarte perfeita,
nós rimo-nos
como consequência natural
do contentamento por algo doce .
Bebamos o chá amornado,
crianças nos tornámos
enrolando-nos num colo
de mãe presente .
Fugidio o momento,
nós limpos de sarnas
não somos uns quaisquer
sentados numa sala imensa,
somos o ultimo raio de sol
aquecendo os corpos frios.

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