terça-feira, 23 de outubro de 2018

VIVE BRASIL

Collado
VIVE BRASIL 

Este é o meu poema dolente,
dorido, inseguro  espectante,
BRASIL, BRASIL, BRASIL,
Escavas fundo a ferida
num momento sem saída,
cego, surdo, cambaleante,
correndo para o precipício
como se estivesses no terreiro
festejando a liberdade.
Possível, ainda é possível
seguir em frente,
louvar a terra e a gente,
os índios, os negros, os mestiços,
o Nordeste, a Amazónia,
a Baía e o Rio de Janeiro.
Voltar a ser grande
distribuindo o samba,
a dança da capoeira,
o voo do colibri,
os imensos areias,
os mangais, o sol ardente,
a alegria, um futuro,
a vontade de ser
alguma coisa clara.
Dividir o pão sagrado,
as ideias, a construção
de algo novo,
rasgar as nuvens
com o som do violão
espalhando uma remota
e desejada esperança.

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