quarta-feira, 5 de julho de 2017

TALVEZ

Carmen Santaya
TALVEZ  

Um sinal encriptado
desenhado na parede,
uma rosa abotoada
no casaco de fazenda,
um provável beijo
enamorado
guardado na gaveta.
Uma porta de ferro
na entrada da casa,
a argila riscada
protegida nos muros
velhos, musguentos,
a madeira aberta
sem cheiro, nem idade.
O betume
no vidro partido,
o verbo
o príncipio de tudo.
As sílabas dos versos
escorrendo do papel,
o fim do dia
a tornar-se triste.

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