quinta-feira, 23 de abril de 2015

UMA CASA


Paul Cézanne

UMA CASA  

Lá na casa da minha mãe
pequena e modesta,
lá onde o nascer do sol
é intenso,
todos os dias de manhã,
lá onde as cotovias
esgravatam a terra
à procura de grãos.
lá onde os ventos fustigam
o faval e o derrubam,
lá onde a fruta é doce
e há abrigo,
lá onde sonhei tanto
e quiz com muita força
a surpresa de dias
incandescentes,
lá onde hoje cultivo
a horta
e me perco
nas flores multicores
que brotam na Primavera,
lá onde dói menos a alma
e me liberto
no voo das borboletas!

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