terça-feira, 18 de junho de 2013

RELÓGIO


RELÓGIO

O relógio é sempre o mesmo,
grande, imenso,
empurrando o tempo,
empurrando a vida!
Acorda esta casa,
impreterivelmente,
às sete horas, TMG,
sem dó, nem piedade!
Não tem em conta
este sono mal resolvido,
o travesseiro que agarra,
a tua mão que afaga!
Os ponteiros negros,
espetados,
estão sempre tão apressados
de chegar ao outro dia!
Pelo toque do relógio
sou lançada
no mundo robotizado,
onde tudo tem hora certa!
Poder parar o relógio,
rasgar todas as fronteiras,
e almoçar com decência,
neste dia, de Primavera, molhado!
Saciar, devagar, a fome,
nas brumas do nevoeiro,
sentado nas varandas do rio,
deste denso Porto velho!

Sem comentários:

Enviar um comentário