sexta-feira, 18 de novembro de 2016

PORTO AINDA

Júlio Capela

PORTO AINDA  

O Porto sabe
a manhãs cinza
que esbatendo a ribeira
a tornam aguarela.
Dissipado o nevoeiro
a nitidez do veleiro,
dirigindo-se à Foz
torna a paisagem
mais bela
Abre-se, a janela
do peito,
o ar é mais rarefeito,
apetece oferecer rosas
cantar uma área de Puccini,
acenar aos putos,
sujos, suados,
jogando bola  no passeio
junto ao rio,
comer marmelada doce
seca no parapeito da janela
como se fazia antigamente.
Ó cidade eterna
nascida das transacções,
entre terra, rio e mar.
Apetece ficar,
bebericar um Porto,
vermelho, viscoso,

antes do jantar.

Sem comentários:

Enviar um comentário