quinta-feira, 24 de setembro de 2015

DESPREZO



Johannes Vermeer

DESPREZO    

Como sempre  passas ligeira
em cada manhã do outono estival,
rabo de cavalo abanando
ao redor da tua cabeça.
Conta-se pelos dedos
as vezes que me cumprimentaste.
Hoje sinto desprezo
por plantar de noite alfazema
para ta oferecer de dia
em buquês perfumados.
Nada intercede por mim,
nada sobra de ti
nada afugenta esta solidão.
As semanas passam,
não te dás conta do meu desespero.
Perdes a importância,
a partir de hoje ignoro-te.
O tempo agora
sou eu a construí-lo.

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