sexta-feira, 28 de novembro de 2014

DE OLHOS FECHADOS

António Porto
DE OLHOS FECHADOS  

Fecho os olhos,
abro a alma
para um príncipe
regressado das Índias,
montado num elefante
transportando as sedas
que docemente
me envolverão!
Desço a vereda da serra,
o rio soluça no vale,
os remos do barco azul
cortam a água,
o velho sacerdote
com ungentos
esfregados no nosso colo,
abençoa esta união!
Serei esta noite deusa,
amante,
corredora, dançarina,
por entre as colunas do palácio
outrora de marajás!
Serei feliz
banhando-me contigo
na tina redonda,
envolvendo-nos depois
na toalha azul do teu olhar!

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