sexta-feira, 4 de abril de 2014

JUNTO AO JARDIM

Victor Silva Barros

JUNTO AO JARDIM

Ao fim da tarde
é vê-las
rebolando as ancas,
compondo um sorriso
matreiro,
usando os olhos
como acerto
da mercadoria a trocar!
São novas, velhas,
magras, gordas,
elegantes, boçais,
com caras angelicais
ou cores de vinho tinto!
O seu nome
é de profissão,
discretas,
vão um passo atrás do cliente,
apressadas,
o negócio
não se compadece
com horas estragadas!
Servem
sem grande conversa,
aqueles senhores
que lhes pagam,
maternais, brutais,
ordinárias, audazes,
colegiais, putas mesmo,
conforme a tara
de quem as tem
por um punhado
de trocados!
Há um mistério trágico
nestas mulheres que se vendem,
serão rameiras desprezíveis
ou santas que salvam vidas?

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