terça-feira, 27 de outubro de 2009

ESCURO


SARAGARROTE (CHUCA)



ESCURO

Era lusco-fusco e eu amedrontada
numa madrugada de nevoeiro intenso
arrastava os socos e tentava ver
no emaranhado silencioso
daquele pinhal imenso!
Agarrava a saia da avô Olinda
que com ambas as mãos levava
o saco de milho graúdo
que havia de ser moído
na rua da pena!
O moinho arrastava-se devagarinho
e gemia de mansinho
à espera da farinha que tardava!
E eu só sonhava com o pão quentinho
que sairia do forno suado
barrado com uma fatia generosa
da outonal marmelada!

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