terça-feira, 17 de novembro de 2015

SENTIDA CONFISSÃO

Collado

SENTIDA CONFISSÃO

Bebíamos
um cálice de Porto Rubi,
meio cheio,
o vinho é tão doce,
subtil, etéreo,
é preciso sorvê-lo devagar,
pouco a pouco,
o sabor intenso
prolonga-se na boca.
Quem se lembraria
de festejar neste dia
um ano de namoro,
tudo é tão fugaz,
não têm alvará as paixões,
são devolvidas
ao fim de poucos dias.
Fomos mais recolhidos
que os demais,
pusemos alma em nós,
de mortais
passámos à fase seguinte.
O frágil tornou-se forte.
Elevemos à boca o festejo,
o vinho desce, quente,
como um beijo.
Continuo a querer-te

todos os dias.

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