Adolescente, eu,
estudando para
ser alguém,
defronte do
apartamento
onde morava
havia uma casa
rara,
palacete de
família.
As criadas eram
várias,
de avental
branco
debruado a
rendas,
era um vai e vem
entre elas.
Uma gorducha,
vermelhusca,
da arrecadação
levava o pão,
as verduras, as
frutas.
A outra numa
cesta gasta
transportava
lenha até ao fogão.
À sexta feira,
de Grijó,
chegava a
lavadeira
levando o rol
de roupa branca
e de cor.
As meninas da
casa,
virgens imaculadas,
tocavam piano ao
pôr do sol.
Havia ali uma
grande unidade
de disciplina e
produção.
Eu, com razão
pensava
ter entrado num
livro de ficção
centrado numa
família aristocrata
do século que
acabou.
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