terça-feira, 3 de novembro de 2015

HÁ DIAS ASSIM

Collado

HÁ DIAS ASSIM

Estou com dores de cabeça,
desligo a televisão,
instala-se o silêncio,
de súbito,
um automóvel pára,
na rua vergastada pela chuva.
A chuva não tem intermitências,
seguro a cortina,
de revés espreito pela janela.
Um par seródio
de namorados fora de época,
recosta os bancos,
esquece o temporal
e amam-se,
mesmo ao pé da porta
deste recatado bairro.
Volto para dentro,
conecto o canal Hollywood,
fita por fita
prefiro a do ecrã

no quente da minha sala.

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