terça-feira, 3 de novembro de 2015

RAPARIGAS

Pablo Picasso

RAPARIGAS 

As raparigas fashion
jeans cor de alfazema,
ténis último grito
vão e vêm na danceteria
do que se fala.
Dançam
ou ritualizam
ao som frenético
de uma música
que lhes atordoa os sentidos.
Deixam perfumes no ar
ao passar,
atraem ao de leve
os rapazes,
de cabelos rapados,
orelhas furadas
com brincos dependurados.
Bebem cerveja
que é mais barata,
indecisos entre continuar
ou zarpar.
Lá fora a hora é débil
há paz em vez de euforia,
tombam folhas devagar.
Uma rapariga sai
pela porta vermelha,
deixa cair o abafo,
dança na praça,
rindo sabe-se lá de quê.
Há vultos nas vielas
da zona industrial,
juntam-se uns matulões,
presenteiam-na

com uma salva de palmas.

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