terça-feira, 7 de julho de 2015

UM OLHAR APURADO

Beatriz Balen Susin

UM OLHAR APURADO  

Olhei-te
como se fosses uma sombra,
tens tantos defeitos,
a tua maldade é estranha.
Os teus olhos semi-cerrados
não olham, vergastam
tudo e quem se aproxima
mais que a tua deixa.
Sabes a fruta amarga
daquela que se prende à língua,
a deixa espessa e ácida.
Plantaste silêncios
colhes tempestades,
à semelhança de Pilatos,
lavei as mãos,
afastei-me

para longe dos teus passos.

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