FRANCISCA
Um domingo chato,
na televisão um
sapateado,
repetitivo,
antigo,
os pássaros
comem
as sementes das
cenouras
no quintal,
o meu trabalho
de sábado,
por água abaixo.
Com uma fisga
matá-los-ia,
se a tivesse,
e se a coragem
não me faltasse.
Vou até a horta,
avariou-se-me a
bomba
elevatória da
água do poço
o tanque está vazio.
tu não te
aproximas de mim.
Tenho na
carteira
as fotos
do último verão,
ainda não as
vistes Francisca.
Dá-me o direito
de ter novamente
voz
sem me arrastar
nas saudades
de um tempo
que ainda não se
viveu.
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