quarta-feira, 1 de julho de 2015

SONHO DE UM DIA DE VERÃO

Albino Moura

SONHO DE UM DIA DE VERÃO

Quero
um encontro marcado
no parque frondoso
da cidade.
Quero
oferecer-te
como quem quer
e não quer,
uma fatia de pão de figos
amassado esta madrugada.
Quero
sorrir,
meio afoita
meio envergonhada,
esperando
que os perfumes
do jardim
nos embriaguem,
forcem o beijo,
o começo do romance.
Peço
um silêncio organizado,
um banco desocupado,
ler-te o último poema,
esperando de ti
emoção, atenção,
algumas palmas sentidas.
Está um homem
de chapéu,
sentado perto,
é ele
que de repente,
encena
o fim do acto.
Colhe duas margaridas
selvagens

e vem pô-las no meu regaço.

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