quinta-feira, 30 de julho de 2015

UM INVERNO AGRESTE

Camille Pissarro

UM INVERNO AGRESTE  

O bafo húmido
do Inverno
tocava nos ombros
dos transeuntes.
Os transportes públicos
passavam apinhados,
a neve não derretia.
O sol envergonhado
não aquecia
as ruas geladas
Nos cafés iluminados
tomávamos à pressa
xícaras de café quente.
Discutia-se o tempo,
tal rigor num Inverno
era raro.
A chuva forte
amainou
a temperatura do ar.
Os polícias de giro
abrigam-se nos portais
de Santa Catarina.
Só os pares de namorados
de mão dada
esquecidos das intempéries
trocam sorridentes
juras de amor.

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