terça-feira, 15 de setembro de 2015

CONFISSÃO


Françoise Nielly
CONFISSÃO

Sou teu e depois?
Ninguém compreende
como um pedreiro, grosseiro,
se relacionou com a delicada
bailarina.
Pedes água natural,
eu bebo uma cervejinha,
trinco ruidosamente os amendoins
torrados.
Tu sorris,
não te agastas
com os meus gestos broncos.
Nunca tive para mim
um sorriso tão bonito,
a tua dança em pontas lançada
é o colo que me faltou.
Derreto-me a olhar-te
enquanto as águas do rio
se lançam velozmente para o mar.
Foi-se as ordens do patrão,
o pouco salário ganho,
a falsidade do mundo,
ganhei o dia contigo.

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