Tu que no
escaldante
rebentar de
bombas
fotografaste os
olhos
da morte,
o trio da
destruição
metralhadora,
mísseis,
snipers,
o catraio a
deambular
só com um sapato,
ao encontro
do que já não
existe,
o silêncio da
dor restante
depois de todos
os sonhos
se escaparem,
o vazio parido
nos escombros
dos prédios caídos.
No fim do dia,
no momento
exacto
em que o sol cai no
horizonte,
és capaz ainda
de tirar do teu
velho violão
enlacrimado
uma canção ou
fado
lembrando
que amanhã é um
novo dia.
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