terça-feira, 6 de outubro de 2015

O OUTONO

Collado

O OUTONO 

O Outono aparece,
pé a pé,
sem dar nas vistas.
Fecho os olhos,
sinto só o nevoeiro,
a chuva a escorrer na vidraça.
No fim da rua cinzenta
grita a Rosalina preta:
«quentes e boas»
são de qualidade, são da Pradela.
Os turistas curiosos,
compram à dezena
e fotografam o carro
embrulhado em fuligem
e calor de brasa.
O vento anuncia tempestade,
teremos cheias
ou podemos dormir sossegados?
Esta deambulação
foi cortada
pelo meu estúpido vizinho,
cana rachada,

a cantar ópera.

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