terça-feira, 13 de outubro de 2015

FLORISTA


Frederick Childe Hassam

FLORISTA  

A manhã amanheceu fria,
o nevoeiro
aconchega as ventanas
na cidade antiga.
A menina florista
acorda de madrugada
e leva na motoreta
ramos de rosas e lírios
até ao velho mercado.
Aconchega o cachecol,
antes de abancar
toma um café quente
e trinca um pastel de nata.
As encomendas do dia
estão em papel pardo,
enfiadas num prego enferrujado.
Tira da gaveta laços,
papéis de celofane colorida,
torce os dedos
entre as flores e a criatividade.
Sai um bouquet de aniversário,
vinte cravos vermelhos
e uma rosa amarela,
uma extravagância
do rapazinho magrinho
do quiosque do lado,

pela primeira vez enamorado.

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