terça-feira, 6 de outubro de 2015

JOAQUIM

Collado

JOAQUIM

Fechado na sua casa pequena,
dedilhando a toda a hora a guitarra,
compondo
em cima da composição
de ontem,
esquece-se de comer,
esquece-se de viver,
esquece-se  de se interligar.
A sua vontade de criar
é  maior que a sua rua,
a sua cidade, o seu país.
Na sala acanhada
só ele cabe,
só cabe a guitarra,
despido de tudo, toca,
dó de dor  sol desvanecido.
Não lê jornais,
não tem televisão,
nem sequer se apercebe
estar em tempo de eleições.
Expõe-se na pauta
em notas entrelaçadas,
a melodia nasce,

esvai-se o homem.

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