A igreja tem
trezentos anos,
o ouro do Brasil
dourou-a,
mas é modesta,
o único luxo é a
talha.
Espera-se a
noiva,
acendem-se as
velas
no altar da Virgem,
padroeira do
enlace.
A chuva cai com
força,
dizem que dá
sorte.
O senhor abade
resmunga do
atraso,
o fotógrafo
apronta a
máquina
e a menina das
alianças
pendura uma no
nariz.
O sacristão
baixote
e barrigudo,
espreita,
no adro não se
vislumbra
a noiva.
Alvoroço,
desce
solenemente a moçoila
da limusina
alugada,
branca e bela,
bela e linda,
comove-se a mãe
e o pai,
desce uma
lágrima furtiva.
O coral afinado
canta a Avé
Maria de Shubert.
O anjo da guarda
da Elsa
está ali,
e a avó Ana
que morreu o ano
passado
dá-lhe a mão,
entram no templo,
é preciso
celebrar
o casamento da
neta.
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