sexta-feira, 22 de junho de 2018

POBRES TEMPOS


Ana Cristina Dias
POBRES TEMPOS

Um risco vermelho
mancha a brancura da parede,
a alma sangra
em ferida exposta,
as gaivotas nervosas
atacam alvos ao acaso,
crianças são engaioladas
enquanto os pais são interrogados,
em Itália querem-se os ciganos
em listas fixados,
e pode-se exterminá-los?
A fome passeia na tórrida África,
onde  cristãos são chacinados,
na América Latina mata-se,
mata-se, mata-se,
no Médio Oriente enlata-se
a liberdade.
Os credos servem o poder,
sem permissão traçam em dor
a todos um sombrio destino.

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