À ESPERA DA CONFISSÃO
Páscoa 1965,
umas senhoras, muito senhoras
falando baixo,
usando um véu pardo
cobrindo o cabelo,
dois cavalheiros sisudos
mostrando-se agastados
pelo tempo de espera,
umas criancinhas malcriadas
correndo à volta do confessionário,
Um casal de namorados
vai até ao adro pôr a conversa em dia,
uma jovem delambida,
espera sem stress o padre coadjutor,
a minha mãe enervada
espera os bifes
que me mandou comprar
para o jantar.
Eu sem pingo de sangue
na fila interminável
da desobriga.
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