J. Valcárcel
JORNAIS Entre cada virar de página
de um jornal diário
e um golo de café quente
naquele boteco familiar,
tudo é um ritual.
O que me seduz
são as notícias
comezinhas, de pé de página,
as não editadas, com verdade,
as infames sem rede,
as azedas sem arandos ou chocolate.
De resto, que dizer da violência
gratuita, suja,
repetida com insistência doentia,
as notícias tontas de um jet sete
inexistente,
as ondas de corrupção
envolvendo tantos
que de tantos é difícil processá-los.
Teias que me escapam
entre os vapores do café
e a doçura da nata.
Já não há linhas editoriais,
manda o dinheiro, reina o capital.
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