Esther Molinero
NO MEIO
Estar-se vivo
ouvindo o respirar
na sala excêntrica,
datada,
maples de napa
coberturas de crochet.
Lá fora alguém grita,
faça-se qualquer coisa.
Chove, não chove,
o calor aperta, sufoca,
é penoso arrastar os pés na rua.
A esplanada aguarda,
sombra, uma sangria,
a água a jorrar na fonte.
Uma ninfa solta-se
do meio das demais,
espreguiça-se na cadeira
do meu lado,
bora lá, vamos fabricar um poema?
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