Da estrada
atravessava-se,
a porta era
larga aferrolhada,
entrava-se,
a sala espaçosa.
Numa mesa de
pinho esbetonada
cortava, pesava
e vendia
a broa de milho
cozida pela manhã,
a avó Maria.
Ao fundo uma
balança decimal,
um conjunto de
pesos,
era preciso
confirmar
os quilos de
farinha
deixados pelo
moleiro.
No canto
esquerdo
as pipas de vinho
americano,
fortalecido com
ovos e toucinho.
Passado o salão
a cozinha à
lavrador,
imponente,
robusta,
perfilhava-se a
masseira,
o forno, a
lareira, o peal
Era eu uma
menina assustadiça
de cinco anos
apenas.
Ao fim do dia,
nesta casa fria,
acendia-se a
lareira,
A avó numa
panela de ferro
aquecia a água
do banho
Metia-me numa
bacia,
esfregava-me com
um minúsculo,
cheiroso,
sabonete Patti.
Secava-me com um
lençol de linho
passado na
clareira do brasido.
O céu deve ser
assim
uma avó dando
banho à sua neta,
em água tépida,
aconchegando-a
um lençol quente,
embalando-a
até que adormeça.
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