O AVÔ ANTÓNIO
O retrato do meu
avô António,
numa moldura de
madeira
feita pelo
marceneiro do lugar,
foi amarelecendo.
Um dia,
sem que nada o
fizesse prever
estalou o vidro
protector da
fotografia.
Desfez-se o
conjunto
em bocados no
chão.
Acabou-se a sua
presença
em cima da
mesinha
da sala de estar.
Hoje é uma
lembrança,
de pequena
estatura,
pouco falador.
A cor dos olhos,
o rasgo dos
lábios,
foi a sua
herança,
os genes
que carregamos
até que a vida
nos permita.
O som da sua
viola,
as cantigas ao
desafio
foram o rosário
que desfiou,
nos embalou
enquanto meninos.
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