A pobreza
abocanhava os dias,
as casas eram um
amontoado
de blocos de
cimento,
telha vã, chão
de terra batida.
Sem água
canalizada,
os esgotos uma
miragem.
As crianças
ranhosas, desnutridas,
educadas à força
de pancada.
As meninas de
tranças
presas no coruto
da cabeça
os moços de
chancas,
roíam a côdea de
broa
cozida no sábado
para a semana
toda..
Na véspera de
Páscoa
a ciançada era
arredada,
os homens iam
para a tasca,
todo o mulherio
da casa
levava a
cacarada para a rua.
Limpavam a
fuligem do Inverno
impregnada nas
paredes nuas,
o lixo acumulado
na cozinha,
areavam as
panelas,
desinfectavam os
penicos.
Dentro do nada
tudo brilhava,
anunciava-se a
Páscoa,
Aleluia.
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