sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

CAMA DE HOTEL

José Gonzalez Collado

CAMA DE HOTEL  

Nenhuma cama
onde dormia
enquanto viajava
me ficou na memória.
Frias, impessoais
sem dobras nos lençóis
nem manta quente
preferida.
Não era minha por direito,
outros dormiram nela.
Maquilharam-se ao espelho,
tiraram o suor no chuveiro,
espantaram medos,
espantaram desejos.
Deitaram-se no travesseiro
de um jeito ausente
pousando um dia
para se afastar no outro

sem penas, sem perdas.

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