O sol queima,
lambe os braços,
a cara, o nariz,
um chapéu largo
afugenta o calor
dos raios, debaixo
das árvores
espera-se a merenda
que tarda.
Do armário da
cozinha a avó retira
os cestos de
palha, embrulha o pão
de mistura, a
compota de laranja,
o mel de urze, o
queijo fresco,
os figos pingo
de mel, a limonada fresca,
sacia a fome, a sede dos seus meninos
dependendo dela.
Faz o que
fizeram as mulheres desde sempre,
dá o pão, o
apoio, as mãos.
Os deuses estão
por ali invejando a avó,
espreitando a
medo a vida a espalhar-se
na mesa,
o equinócio
quente, a ternura que derreta,
o porto a que
chegámos, a falta de vontade de partir.
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