TRANSFORMAÇÃO
O Porto tirou o
chinelo,
o carrapito da
cabeça,
o avental, a
algibeira.
Ergueu-se frente
ao espelho,
viu uma cara
desmaiada,
a sua pele
branquela,
pensou: não sou
eu.
Tanta gente nas
ruas,
os chefes
colocando
no meio dos
pratos
uma amostra
gourmet,
e preciso provar
para adivinhar
o que ali foi
posto.
A cidade é um
sonho
crido pela
economia,
um monstro de
mil garras
nascidas do nada
põem em pantanas
a essência das
gentes.
Não se fala de
varanda a varanda
com a vizinha do
lado.
Os hostéis e
botecos
expulsam os
moradores do bairro.
Ai terra velha
alimentando sem seios
quem lhes chega
de repelão
ao aconchego do
seu colo.
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