quarta-feira, 12 de julho de 2017

FIM DE ESTAÇÃO

Collado
FIM DE ESTAÇÃO  

De manhã bebido o café,
o que resta da estação
na tábua apinhada
de fatias de pão,
o mel caindo em fio
soltando a saliva na boca.
No cais os barcos atracados,
amarrados, balouçando
antes que os ventos os levem
em direcção ao  mar.
As mantas estão à mão,
o frio aperreia
os últimos dias de Verão.
Um ar com qualquer coisa
de sagrado, antigo,
um verso arranhando o violão,
histórias contadas ao entardecer,

louvando a vida ou o nada.

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